Memórias Póstumas de Brás Cubas

Começando 2020 com o desafio de fazer leituras de livros considerados clássicos. Entre a lista de clássicos, escolhi "Memórias Póstumas de Brás Cubas", de Machado de Assis.

Confesso que de início achei a leitura complicada. De fato, ler clássicos requer algo mais do que aquilo que usamos na leitura do cotidiano, do dia a dia. Porém, o objetivo de ler a obra do grande escritor brasileiro não me fez desistir.

Brás Cubas, como bem  se define logo de início, é um defunto autor, não um autor defunto. A partir disso ele passa a contas histórias da sua vida, sem necessariamente usar uma ordem cronológica para isso. Chama atenção a ironia contida no texto. Cubas é um sujeito que vê com certo desdém a sociedade e seus costumes. Como narrador, ele demonstra ter uma visão pessimista da vida. Exemplifica isso o famoso final do livro em que diz: "Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa miséria". Em outra oportunidade, em que faz uma reflexão sobre a vida de Dona Plácida, uma senhora que trabalhava na casa dele, Brás Cubas deixa claro como ele via um enorme erro nas pessoas pobres e sofridas que tinham filhos e faziam assim com que seus descendentes tivessem também uma vida de miséria igual à de seus ancestrais. Se enxerga como um herdeiro que nunca precisou correr atrás da própria sobrevivência, e também nunca chegou a experimentar o gosto de se casar.

Especialmente sobre o fato de nunca ter se casado é que se desenrola boa parte da obra. Cubas tem um romance com uma mulher casada, chamada Virgília. Já no fim da vida ele faz algumas observações sobre isso, demonstrando remorso, por ter sido amante de Virgília enquanto era amigo do marido dela, o político Lobo Neves.

Mas resumindo, Brás Cubas foi um playboy que nunca casou, pegou mulher do amigo e morreu sozinho. Baita filho da puta, podem pensar alguns!

Curti o livro, espero ler outros clássicos ainda em 2020. Até mais!




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